terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tenho Vergonha de Mim

Peguei emprestado este título de um texto de Rui Barbosa, escrito mais de um século atrás.
 
Hoje começa mais um campeonato mineiro que, pelas informações recebidas, está com "cartas marcadas". Se depender do maior rival, o Galo será campeão com uma vitória folgada num dos clássicos, como parte do pagamento pela vergonha nacional do dia 4 de dezembro.
Sinto vergonha de mim quando me vejo na frente da tv torcendo por um time que se entrega por dinheiro. Sinto vergonha de mim quando, apesar de tudo ainda sou atleticano. Tenho vergonha de mim quando permito que a emoção vença a razão. Sinto vergonha de mim quando considero a possibilidade de assistir jogos do Galo. Sinto vergonha de mim quando ajudo a financiar toda esta palhaçada. Sinto vergonha alheia ao ver jogadores beijando o escudo e se entregando em campo por dinheiro. Aliás, o dinheiro já acabou com a política, a religião e o futebol. Melhor, o amor ao dinheiro, raíz de todo mal, está destruindo o mundo. Que pena!!! Não vou deixar de torcer. Só que agora a minha postura será outra. Resolvi usar este espaço para abrir meu coração. Uma forma de colocar para fora aquilo que me revolta. Minha torcida será sem dor. Vou denunciar e gritar mesmo que a minha voz seja com a de alguém que clama no deserto. Não quero e nem posso ter vergonha de mim. Por favor, Kalil, fala comigo que não foi verdade aquilo que aconteceu!!!!! 

Atleticano.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Uma vez até morrer

Hoje, primeiro dia do ano, estive no velório de um grande atleticano. No exato momento da saída do corpo para a cova, o caixão foi coberto com a bandeira do Galo. Confesso que fiquei emocionado. Desde então estou refletindo na letra do nosso hino que diz: "Clube Atlético Mineiro, uma vez até morrer...".  Esta é uma verdade unilateral, ou seja, pressupõe a fidelidade de uma só das partes. Em outras palavras seria como dizer: "Eu te amo, Atlético, até que a morte nos separe. Ser-lhe-ei fiel, mesmo que você não seja". Só conheço UM que permanece Fiel, mesmo quando somos infiéis. E Este é Deus. Refleti um pouco mais e conclui que a verdade do hino tem que funcionar dos dois lados. E quando quem morre é o time? Qual foi o Atlético que entrou em campo no dia 4 de dezembro? Certamente não foi o mesmo que goleou o Botafogo uma semana antes. Um "defunto" jogou no dia 4. Uma caricatura. Verdadeiros "mortos vivos"vestidos com o Manto Preto e Branco. E aqui não estou me referindo a derrota ou placar. Perder é do jogo. O que não aceito é traição. Não serei mais fiel a um time que não me retribui em campo com garra, esforço e amor à camisa. Estou sendo repetitivo, não é mesmo? Alguém pode estar pensando que este dia 4 de dezembro é para ser esquecido. NÃO!!!!!! Precisamos nos lembrar para sempre. Até que o verdadeiro Atlético ressuscite. 
Atleticano.